Dízimos, Ofertas e a Administração do Nosso Dinheiro
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para
que haja mantimento na minha casa, e depois fazei
prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não
vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós
uma bênção tal, que dela vos advenha a maior
abastança.”
Ml 3.10
Definição de Dízimos e Ofertas
A palavra hebraica para “dízimo” (ma’aser)
significa literalmente “a décima parte”.
1. Na Lei de Deus, os israelitas tinham a
obrigação de entregar a décima parte das crias dos
animais domésticos, dos produtos da terra e de
outras rendas como reconhecimento e gratidão pelas
bênçãos divinas (ver Lv 27.30-32; Nm 18.21,26; Dt
14.22-29). O dízimo era usado primariamente para
cobrir as despesas do culto e o sustento dos
sacerdotes. Deus considerava o seu povo responsável
pelo manejo dos recursos que Ele lhes dera na terra
prometida (Mt 25.15; Lc 19.13).
2. No âmago do dízimo, achava-se a idéia de que
Deus é o dono de tudo (Êx 19.5; Sl 24.1; 50.10-12;
Ag 2.8). Os seres humanos foram criados por Ele, e a
Ele devem o fôlego de vida (Gn 1.26,27; At 17.28).
Sendo assim, ninguém possui nada que não haja
recebido originalmente do Senhor (Jó 1.21; Jo 3.27;
1Co 4.7). Nas leis sobre o dízimo, Deus estava
simplesmente ordenando que os seus lhe devolvessem
parte daquilo que Ele já lhes tinha dado.
3. Além dos dízimos, os israelitas eram
instruídos a trazer numerosas oferendas ao Senhor,
principalmente na forma de sacrifícios. Levítico
escreve várias oferendas rituais: o holocausto (Lv
1; 6.8-13), a oferta de manjares (Lv 2; 6.14-23), a
oferta pacífica (Lv 3; 7.11-21), a oferta pelo
pecado (Lv 4.1—5.13; 6.24-30), e a oferta pela culpa
(Lv 5.14—6.7; 7.1-10).
4. Além das ofertas prescritas, os israelitas
podiam apresentar outras ofertas voluntárias ao
Senhor. Algumas destas eram repetidas em tempos
determinados (ver Lv 22.18-23; Nm 15.3; Dt 12.6,17),
ao passo que outras eram ocasionais. Quando, por
exemplo, os israelitas empreenderam a construção do
Tabernáculo no monte Sinai, trouxeram liberalmente
suas oferendas para a fabricação da tenda e de seus
móveis (ver Êx 35.20-29). Ficaram tão entusiasmados
com o empreendimento, que Moisés teve de
ordenar-lhes que cessassem as oferendas (Êx 36.3-7).
Nos tempos de Joás, o sumo sacerdote Joiada fez um
cofre para os israelitas lançarem as ofertas
voluntárias a fim de custear os consertos do templo,
e todos contribuíram com generosidade (2Rs 12.9,10).
Semelhantemente, nos tempos de Ezequias, o povo
contribuiu generosamente às obras da reconstrução do
templo (2Cr 31.5-19).
5. Houve ocasiões na história do AT em que o povo
de Deus reteve egoisticamente o dinheiro, não
repassando os dízimos e ofertas regulares ao Senhor.
Durante a reconstrução do segundo templo, os judeus
pareciam mais interessados na construção de suas
propriedades, por causa dos lucros imediatos que
lhes trariam, do que nos reparos da Casa de Deus que
se achava em ruínas. Por causa disto, alertou-lhes
Ageu, muitos deles estavam sofrendo reveses
financeiros (Ag 1.3-6). Coisa semelhante acontecia
nos tempos do profeta Malaquias e, mais uma vez,
Deus castigou seu povo por se recusar a trazer-lhe o
dízimo (Ml 3.9-12).
A Administração do Nosso Dinheiro
Os exemplos dos dízimos e ofertas no AT contêm
princípios importantes a respeito da mordomia do
dinheiro, que são válidos para os crentes do NT.
1. Devemos lembrar-nos que tudo quanto possuímos
pertence a Deus, de modo que aquilo que temos não é
nosso: é algo que nos confiou aos cuidados. Não
temos nenhum domínio sobre as nossas posses.
2. Devemos decidir, pois, de todo o coração,
servir a Deus, e não ao dinheiro (Mt 6.19-24; 2Co
8.5). A Bíblia deixa claro que a cobiça é uma forma
de idolatria (Cl 3.5).
3. Nossas contribuições devem ser para a promoção
do reino de Deus, especialmente para a obra da
igreja local e a disseminação do evangelho pelo
mundo (1Co 9.4-14; Fp 4.15-18; 1Tm 5.17,18), para
ajudar aos necessitados (Pv 19.17; Gl 2.10; 2Co
8.14; 9.2), para acumular tesouros no céu (Mt 6.20;
Lc 6.32-35) e para aprender a temer ao Senhor (Dt
14.22,23).
4. Nossas contribuições devem ser proporcionais à
nossa renda. No AT, o dízimo era calculado em uma
décima parte. Dar menos que isto era desobediência a
Deus. Aliás, equivalia a roubá-lo (Ml 3.8-10).
Semelhantemente, o NT requer que as nossas
contribuições sejam proporcionais àquilo que Deus
nos tem dado (1Co 16.2; 2Co 8.3,12; 2Co 8.2).
5. Nossas contribuições devem ser voluntárias e
generosas, pois assim é ensinado tanto no AT (Êx
25.1,2; 2Cr 24.8-11) quanto no NT (2Co 8.1-5,11,12).
Não devemos hesitar em contribuir de modo
sacrificial (2Co 8:3), pois foi com tal espírito que
o Senhor Jesus entregou-se por nós (ver 2Co 8.9).
Para Deus, o sacrifício envolvido é muito mais
importante do que o valor monetário da dádiva (ver
Lc 21.1-4).
6. Nossas contribuições devem ser dadas com
alegria (2Co 9.7). Tanto o exemplo dos israelitas no
AT (Êx 35.21-29; 2Cr 24.10) quanto o dos cristãos
macedônios do NT (2Co 8.1-5) servem-nos de modelos.
7. Deus tem prometido recompensar-nos de
conformidade com o que lhe temos dado (ver Dt 15.4;
Ml 3.10-12; Mt 19.21; 1Tm 6.19; 2Co 9.6).